Estações do ano realmente interferem na queda capilar?

Há realmente uma época do ano em que os cabelos caem mais?

Um estudo retrospectivo realizado na Suíça pelos pesquisadores Kuns, Seifert e Trüeb avaliou a queixa de sazonalidade da queda capilar em 823 mulheres saudáveis em um período de seis anos.

Todas passaram por uma avaliação médica, seguida por testes bioquímicos de sangue e por um exame chamado tricoscopia com tricograma, que avalia a proporção de fios de cabelo em suas diferentes fases (como fase de crescimento e fase de queda capilar).

Neste estudo foi constatada uma periodicidade no crescimento e queda de cabelo, manifestada por uma maior proporção de cabelos em fase de queda (chamada fase telógena) no verão. Como a pesquisa foi realizada na Suíça, o aumento de fios nessa fase se inicia em julho (verão no Hemisfério Norte), com aumento de queda em setembro.

No Brasil, esse aumento de fios que entram em fase telógena, ocorre em janeiro (verão no Hemisfério Sul). Um ponto interessante a ser considerado é que os folículos que são estimulados a entrar em fase de queda em janeiro, so começam a se soltar do couro cabeludo meses após, pois a fase telógena tem duração aproximada de 100 dias (o cabelo pode demorar até 100 dias para começar a se desprender), devido a isso, observamos o aumento da perda de fios apenas no outono, como normalmente é a queixa de muitas mulheres.

Apesar de ainda não ser muito bem elucidada a causa da queda capilar maior neste período, uma hipótese é que como ocorre com outros mamíferos, o folículo capilar tem uma atividade ciclíca com influência hormonal.

Apesar desta queda sazonal no outono estar muito presente nas queixas do consultório, existem outras causas de queda capilar que podem desencadear um eflúvio, como alterações endócrinas como o hipotireoidismo, déficits nutricionais, uso de medicamentos, cirurgias, além de doenças crônicas, então é importante a consulta médica e avaliação minuciosa do couro cabeludo para que se entenda a causa da queda capilar e a melhor maneira de tratá-la. 

O folículo piloso está sujeito a constante renovação no curso de ciclos perpétuos através de fases de proliferação (anágena), involução (catágena) e repouso (telógeno), com regeneração no ciclo sucessivo do cabelo.